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Recente notícia – alardeada em demasia por uns, recebida com desconfiança por outros – nos dá conta de que mais um fórum está sendo instalado para acabar com a poluição sonora em João Pessoa. Não deixa de ser interessante essa idéia de insistir, e repetir a já fracassada fórmula, de combater crimes com bate-papo. Ainda que fadado à ineficácia, criam-se eventos, convocam-se diversos órgãos e apela-se ao apoio da população, para no final deixar tudo como antes. O máximo que se consegue é uma promessa de campanha educativa, igualzinha à outra feita anteriormente, e tão improdutiva quanto. No mais, combate-se nada, fazendo coisa alguma! É difícil entender o porque desse receio e dessa timidez na aplicação das leis.

Imaginem os leitores, uma partida de futebol. Nosso time no ataque, nosso craque invadindo a área, tabelando, driblando o zagueiro, dando um toque e enganando o goleiro e só não entra com bola e tudo porque… toma uma violenta pancada de outro defensor! É pênalti? Expulsão do agressor? Claro, essa falta ali na área é pênalti. E falta assim, violenta, é caso de expulsão. Tá na regra e a regra é clara, como dizem alguns!

Mas aí, o árbitro contemporiza que não é bem assim. – Mas como? É pênalti! Cadê o pênalti, Seo “juiz”? Não tá na “lei”? pergunta nosso agredido e decepcionado craque. – É… que foi, isso foi e é o que tá na regra sim, mas você sabe como é. Não podemos descontentar a torcida adversária! responde o árbitro, que resolve agir com a mesma síndrome que assola nossas autoridades locais. Reúne-se, então, com os assistentes e marca para a próxima semana uma reunião, na qual irão decidir juntos, a data de uma outra, na sede do tribunal desportivo. Ali serão chamados todas as pessoas e órgãos envolvidos na partida. Teremos a presença de representantes dos clubes, jogadores, gandulas, vendedores de cachorros-quentes e pipoca, narradores esportivos, cambistas, dirigentes da federação e torcidas organizadas, todos conversando sobre o ocorrido. Irão estudar as medidas a serem adotadas, preparar os envolvidos para bem atender às expectativas dos torcedores, sugerir que os treinadores fiscalizem melhor as suas equipes e, o mais importante, iniciar campanhas educativas junto aos zagueiros.

Assim feito, o jogo continua na ilusão que nada aconteceu, sem emoção e sem sacudir a torcida. A agressão e o anti-jogo correm soltos, sem regras, como se elas já não existissem desde antes do pontapé inicial. Ainda bem que isso é só uma brincadeira absurda, mas triste é a conclusão de que o futebol, que nunca foi grande exemplo de coisa séria, anda mais sério que o cumprimento das leis em nossa Capital. Aqui, o cidadão indefeso é vítima, de um lado, do barulho infernal dos incivilizados e, do outro, do eterno blá, blá, blá das nossas autoridades, já não tão competentes assim.

Está na hora do cidadão de bem, eleitor e contribuinte, avaliar se deve eleger quem não respeita as leis e se deve custear, com seu suado imposto, autoridades negligentes na aplicação das leis e na defesa dos nossos direitos. Crime se combate com ações firmes e constantes. Já passou da hora do nosso poder público entender que o silêncio é um gol de anjo e o respeito, um verdadeiro gol de placa!

Tavinho Caúmo

Dois dos candidatos ao governo de Pernambuco, o atual governador Eduardo Campos (PSB) e Sérgio Xavier (PV), foram os primeiros da região a se dar conta de que para fazer campanha eleitoral não é preciso agredir nem incomodar o eleitor. Nos últimos eventos, o governador Eduardo Campos apresentou uma equipe denominada de “Campanha Limpa”, um grupo encarregado de recolher a sujeira deixada pelos militantes durante as caminhadas do candidato. Os recolhedores uniformizados, contratados e pagos pela campanha do candidato, acompanham o evento com vassouras, pás e carrinhos, deixando as ruas limpas ao final de cada ato. Já o candidato ao governo estadual, Sérgio Xavier, apresentou um invento, a “ciclotribuna”, um micro palanque com sistema de som acoplado a uma bicicleta. Segundo ele, o invento que substitui os barulhentos carros de som partiu de uma idéia dele e foi fabricado por uma pequena empresa local. A “ciclotribuna” não polui, circula em quaisquer ruas e o baixo volume de som não incomoda ninguém.

Assim, com pequenos exemplos de civilidade, Pernambuco sai na frente e esboça um novo conceito de campanha eleitoral, mais limpa e educada. Enquanto isso, aqui na Paraíba, faz-se barulho, sujeira e transgride-se leis e princípios de educação e respeito. Aqui, candidatos barulhentos e desprovidos de respeito às normas legais, seguem transportados em caçambas de veículos, escoltados por agentes de trânsito, e com reforço de policiamento, que a tudo assiste omisso e inerte, num explícito abre-alas da incivilidade. Desnecessário dizer que isso se repete impunemente e, via de regra, com a omissão ou participação de quem deveria coibir esses abusos. A começar do Ministério Público, que se omite diante das negligências do poder público, ao invés de exigir o fiel cumprimento das leis.

Vejamos uma singela diferença. Lá, o Ministério Público de Pernambuco, faz campanha séria e eficiente para o combate da poluição sonora, tratando-a como uma questão, não só de saúde, mas também de segurança pública. Salienta que a própria Constituição do Brasil, Lei Maior do país, assegura-nos as nossas próprias escolhas e um meio ambiente sadio e equilibrado, donde certamente se inclui ouvir apenas o que nós queremos e até mesmo não ouvir coisa alguma. Destaca, também, que existem leis aos montes contra os abusos – sejam municipais, estaduais ou federais – que prevêem multa e apreensão dos instrumentos ruidosos e, ainda, tratam das hipóteses de crime e contravenção, punem com detenção ou possibilitam a prisão em flagrante de quem achincalha com sons e ruídos. E, como crime ou contravenção, impõe-se o dever legal das polícias, Militar e Civil, de confrontarem o problema, tal e qual a outras infrações penais. Até ao agente de trânsito impõe-se a obrigação de aplicar, rigorosamente, tudo quanto previsto no Código de Trânsito Brasileiro.

Mas isso é por lá, já que aqui a coisa funciona(?) diferente. Nosso estado vizinho, tão perto de todos nós, está agora se distanciando em termos de civilidade e cidadania. Sobretudo pela atuação de suas autoridades e de representantes de uma sociedade cada vez mais consciente de seu papel, seja na exigência de seus direitos ou no efetivo cumprimento de seus deveres. Aqui, por enquanto, o cumprimento das leis é opcional. Será que um dia chegaremos lá?

Tavinho Caúmo

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Publicado no jornal “Correio da Paraíba”, na coluna do jornalista RUBENS NÓBREGA, em 14 de setembro de 2010.

usina nuclear

O fantasma da noticiada instalação de seis usinas nucleares assombra o Nordeste brasileiro e reacende o debate sobre a demanda por energia em nosso país. O ponto central é como disponibilizar algo entre 3 e 4 mil megawatts ao ano sem o uso de energia nuclear. Sem dúvida que é um grande desafio para as fontes energéticas alternativas, como a eólica, solar e biomassa, dentre outras.

No Brasil, a tecnologia utilizada na produção de energia nuclear foi implantada nos anos do regime militar e, ainda hoje, sofre os mesmos questionamentos quanto aos custos e riscos desse tipo de geração de energia. Os bilhões de reais investidos na construção de uma usina dessas, que leva quase uma década para entrar em plena produção, os fortes impactos aos ecossistemas afetados, os riscos do transporte de combustível nuclear, as dificuldades de lidar com o descarte dos rejeitos radiativos e as conseqüências trágicas de um possível acidente na central nuclear, são argumentos que nos colocam a favor de matrizes energéticas renováveis, muito mais seguras e limpas.

E, ao contrário do que afirmam os que defendem a energia nuclear como salvação para o impasse vivido desde os apagões, ela não é plenamente sustentável e, tampouco, livre da emissão de gases de efeito estufa. O relatório intitulado “Cortina de Fumaça”, publicado pelo Greenpeace no final de 2007, analisou as emissões de gás carbônico (CO2) nas diversas etapas do ciclo completo da produção de energia nuclear. O estudo atribuiu à usina atômica de Angra 3 um índice de emissões indiretas de CO2 cinco vezes mais alto do que a energia solar ou eólica.

Fica assim, no mínimo, comprovado que a energia nuclear em nada mitiga as mudanças climáticas e que todo o investimento nessa matriz de energia não mantém relação alguma com a eficiência no combate ao aquecimento do planeta. Muito menos num país como o Brasil, dotado de fartos recursos renováveis e de tecnologia para explorá-los e proporcionar o correto e equilibrado desenvolvimento econômico, social e ambiental que o país precisa.

São esses novos modelos energéticos, com custos bem menores e cada vez mais economicamente viáveis, que irão permitir que desenvolvamos uma nova matriz energética, capaz de atender à nossa crescente demanda por energia e, ainda, mitigar parte dos efeitos do aquecimento global. O país pagará por cada megawatt/hora de geração eólica ou de usinas de cogeração a biomassa, a metade do valor de cada outro gerado por usinas nucleares ou térmicas movidas a óleo combustível. E, sem o tremendo passivo ambiental trazido por cada usina nuclear em operação, e que perdura muito além de seu descomissionamento, o qual se dá ao término de sua vida útil, geralmente em torno de 40 anos.

Essa opção que nosso governo vem fazendo pela energia nuclear não é aceitável e é o momento da sociedade brasileira discutir com mais afinco, se quer ou não esse modelo de desenvolvimento para o país. E, quem sabe, possamos garantir que nunca ocorra um Chernobyl nordestino, prevenindo assim, mais uma trágica herança às nossas próximas gerações.

Tavinho Caúmo

A publicação das críticas abaixo no jornal “Correio da Paraíba” – na coluna do amigo e jornalista Rubens Nóbrega – fez o Sindicato da Construção Civil de João Pessoa (Sinduscon/JP) trazer, rapidamente, seus argumentos em defesa de suas empresas afiliadas, enaltecer o empresariado que comanda o setor e, obviamente, negar a procedência das críticas recebidas.
Entretanto, os argumentos oferecidos pelo Sinduscon/JP, para tristeza dos que almejam uma mínima qualidade de vida, estão completamente divorciados da nossa realidade. A interface social apregoada seria de fazer inveja às mais civilizadas cidades do mundo e, caso não fosse apenas fruto de um imaginário corporativo, seria motivo do nosso orgulho e de público reconhecimento.
Destacamos um trecho, parte das informações trazidas no texto igualmente publicado na mencionada coluna, que transcrevemos abaixo:

“É objeto, igualmente, de normatização e de intensa fiscalização, inclusive com a necessidade de aprovação prévia do projeto do canteiro de obras junto à Edilidade, a utilização parcial e provisória de parte do passeio público para armazenamento de materiais, devendo restar preservado, em qualquer hipótese, o conforto do transeunte.”

Difícil não ficar sensibilizado com essas diretrizes, que garantem a utilização civilizada e harmoniosa de nossos passeios públicos, apresentada pelo empresariado da construção civil como “parcial”, “disciplinada” e supostamente sob “intensa fiscalização”.
Porém, ao observar as imagens abaixo – reais, vale destacar – teremos a ilustração perfeita de como é, de fato, a utilização desse espaço público e o quanto é difícil enxergar onde e como, o conforto dos transeuntes está sendo preservado.
Ainda que não possamos ilustrar o barulho, já vemos que a verdadeira normatização com que convivemos é outra! Os discursos eloqüentes e elegantes descrevem um universo paralelo. As imagens, por sua vez, são mais sinceras e contundentes. Elas reforçam a convicção de que o desconforto maior não é aquele decorrente da atividade em si, mas sim de outro, causado pelo que podemos chamar – com perdão pelo falso latim – de modus desrespeitandis.
Estamos cansados de receber solidariedade sempre que somos agredidos e que temos nossos direitos desrespeitados. Chega! O que o cidadão de bem desta cidade quer, chama-se respeito!

Tavinho Caúmo

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É incrível como algumas coisas nunca mudam. E quando mudam… cuidado que é para pior!

Nosso poder público municipal, no tocante ao nosso – cada dia menos nosso – meio ambiente urbano, continua omisso, inerte e brincalhão com a paciência da população. Afora todas as já conhecidas mazelas ambientais, João Pessoa continua sofrendo com o “tudo posso” das nossas inúmeras construtoras. É incontestável que a construção civil é setor forte e representativo na nossa economia e na geração de empregos. Entretanto, isso não permite a ela atropelar nossas leis e os direitos de vizinhança, nem a faltar com o mínimo da chamada boa educação, indispensável nas relações sociais.

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Fazem o que querem com nossas calçadas, empilhando montes de areia, brita, blocos cerâmicos e entulhos de todo o tipo, privatizando o uso de um espaço público e obstruindo a nossa livre circulação, o que obriga as pessoas, inclusive as portadoras de necessidades especiais, a dividir o espaço com veículos, em pleno meio da rua.

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Constroem stands de vendas que reduzem, em muito, a visão dos veículos próximos às esquinas, colocando em risco a segurança de motoristas e pedestres que circulam nessas vias.

Barulho então, tem para todos os gostos. Afora os ruídos que decorrem da própria atividade, que já são muitos, gritarias, buzinas e outras formas pré-históricas de “comunicação” são mais do que freqüentes. Não respeitam os horários permitidos para a execução dos trabalhos, ora iniciando-os ainda muito cedo, ora estendendo a jornada, ao bel-prazer, até tarde da noite.

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Agora, extrapolam o imaginável quando seus engenheiros decidem que é lícito encher colunas e concretar lajes até tarde da noite, ultrapassando numa eternidade os limites de ruídos permitidos pelas legislações aplicáveis aos locais e aos horários dos trabalhos.

Aí, deveria entrar nosso poder público, mas ele não entra. Ao contrário, desaparece e se omite, e num descaso sem pudor faz com que o errado fique certo e o certo se perca no meio dessa anarquia de valores.

Vivi, mais uma vez, essa situação e depois de perto de 3 horas aguardando o atendimento pela SEMAM (Secretaria Municipal do Meio Ambiente), os incivilizados deram por concluída a jornada do dia, sem que ninguém interferisse ou os impedissem desse intento.

Denúncia feita às 18:00 hs e não atendida até as 21:00 hs, é o retrato do poder do lobby. De um lado o humilde contribuinte, que paga apenas um valor de IPTU e, do outro, os pagadores das famosas Outorgas Onerosas e de Taxas e Impostos que sustentam a máquina municipal. Confronto de David e Golias, separados por um poder público pífio no cumprimento de suas obrigações, omisso por interesses econômicos e impregnado pela obtenção de vantagens políticas.

É triste ter que reconhecer que, mesmo em tempos de discussões mundiais sobre mudanças climáticas, atividades sustentáveis e sociedades do futuro, aqui em João Pessoa continuamos na mesma. Afinal, na Aldeia das Neves, meio-ambiente nunca deu votos, apadrinhamento político ou recursos para campanhas eleitorais.

Construtores e profissionais ligados à construção civil que conheço sabem que não sou extremista, retrógado e nem contra o desenvolvimento social e econômico. Tenho, isto sim – assim como a maioria deles – a plena convicção que o homem é parte integrante, maior e essencial do meio-ambiente, mas tem que desenvolver-se em harmonia com ele e, por isso, a responsabilidade de tornar-se nesse processo, o ser com a maior sustentabilidade dentre todos. E nada mais sustentável nessa vida, que o respeito às leis, ao próximo e ao Estado Democrático de Direito.

Tavinho Caúmo

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Parcialmente publicado no jornal “Correio da Paraíba”, na coluna do estimado jornalista RUBENS NÓBREGA, em 27 e 29 de outubro de 2009.

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“O barulho é a tortura do homem de pensamentos.”
“Há pessoas, é certo – mais que isso, há muitas pessoas – que sorriem indiferentemente a tais coisas porque não são sensíveis ao ruído; mas essas são exatamente as mesmas pessoas que não são sensíveis à argumentação ou à reflexão, ou à poesia ou à arte, em suma à nenhuma espécie de influência intelectual. A razão disso é que o tecido de seus cérebros é de uma qualidade muito grosseira e ordinária. Por outro lado, o ruído é uma tortura para pessoas intelectuais.”

O filósofo alemão Arthur Schopenhauer disse tudo! Eu apenas assino embaixo…

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Tavinho Caúmo

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Há poucos meses, um estudo publicado pela FAO – Food and Agriculture Organization, órgão das Nações Unidas voltado para a alimentação e a agricultura, assegurou que os bovinos estão entre os maiores responsáveis pela emissão de gases causadores do aquecimento global. O relatório intitulado “A Grande Sombra da Pecuária” afirma que ela gera mais gases de efeito estufa do que o setor de transportes com sua incessante queima de combustíveis.  A pecuária virou o vilão da vez, já que, além de ameaçar o meio ambiente, ela é ainda uma das principais causas de degradação do solo e dos recursos hídricos. Isso tudo, sem mencionar o já conhecido encolhimento de florestas, com a respectiva perda de biodiversidade, para ampliar as áreas de criação e de pastagem. Não acredita? É só dar uma espiada na Amazônia.
Pois bem, segundo as mais de 400 páginas do estudo, os gases emitidos pelos excrementos e flatulências, pelo desmatamento para a formação de pastos e na geração de energia consumida para a administração da atividade pecuária, juntos respondem por – pasmem! – 18% dos gases de efeito estufa emitidos anualmente no mundo todo. E mais, quase 40% das emissões de metano (CH4) vêm da pecuária bovina. Lembremo-nos que o metano é cerca de 21 vezes mais prejudicial que o famoso dióxido de carbono (CO2).
Tudo indica que o setor precisará tomar medidas urgentes, uma vez que a produção mundial de carne, hoje na casa das 230 milhões de toneladas, deverá dobrar dentro dos próximos 40 anos. Já que a produção de metano advinda do digestório do ruminante, varia rigorosamente de acordo com a alimentação recebida, uma das geniais recomendações para amenizar o problema não poderia ser outra: a substancial melhoria da dieta de modo a reduzir a fermentação e a flatulência.
Eu acredito que deveríamos ir bem além. Poderíamos convocar, sem demora, uma CPI para investigar a produção do hediondo esterco e flatulências em geral: a CPI do Pum. Ambientalistas de última hora entrariam com uma liminar impedindo o gado de consumir chuchu, jerimum, abacate e feijão-verde. Patê de mortadela ou Amendocrem então, nem pensar! Seria crime ambiental e inafiançável! Aí, nutricionistas de portas de academias poderiam elaborar um cardápio ecologicamente correto, à base de papinha de aveia e barrinha de cereais, daquelas do (des)serviço de bordo da GOL.
Meu grande receio é de que, se resolvida a questão, ninguém saiba explicar os atrasos e cancelamentos das flatulências bovinas. Como nós todos sabemos, nessas horas aéreas, ninguém sabe de nada. Pensei ainda no pior: um aumento significativo no custo dessa pensão alimentícia, mais superfaturada que merenda escolar, que faria o preço da carne, filé ou não, ir para o espaço de vez. Depois do infame aumento da cerveja, nos poupem: ninguém merece isso!
Nesse cenário, só o que nos resta a fazer é lançar um manifesto nacional, agendar uma grande caminhada e, antes que alguma Excelência maluquete, mais louca que a vaca, nos mande relaxar e gozar, gritarmos em protesto, a plenos pulmões:
“Abaixo o pum da vaca!”

Tavinho Caúmo
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Publicado no jornal “Correio da Paraíba”, em 08 de setembro de 2007.

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Em meio a todos os alertas e relatórios sobre o aquecimento global, as mudanças climáticas resultantes dele e seus reflexos na vida de todos nós, quase me passou despercebida outra notícia, também nada boa.
Segundo o jornal londrino “Financial Times”, o aquecimento global pode fazer subir, e bastante, nada menos que o preço da cerveja! Vocês já pensaram nisso? Logo imaginei que seria devido ao aumento da procura pela loura gelada, gerado pela elevação da temperatura mundo afora ou, ainda, pelo aumento das tarifas da energia consumida para mantê-la na temperatura ideal. Embora isso também possa ocorrer, o alerta não foi em função de nada disso. A verdade não é tão simples assim.
O que vem ocorrendo é que muitos agricultores, especialmente na Europa, estão trocando suas plantações de cevada por milho, canola ou soja, grãos com elevado potencial energético, ideais para gerar o tão cobiçado biocombustível.
Então, apreciadores da cerveja nossa de cada dia, uni-vos e vamos todos ajudar a frear o aquecimento global. Já! Mas o que, cada um de nós, cervejeiros ou não, pode fazer?
Informe-se das causas e conseqüências das mudanças climáticas e divulgue o tema junto ao maior número possível de pessoas; economize energia e torne-se um consumidor eficiente, substituindo as lâmpadas incandescentes, apagando luzes e desligando equipamentos e aparelhos que não estejam sendo usados. Adquira aparelhos domésticos que consumam menos energia elétrica; dê uma folga para o seu carro, substituindo-o, em pequenas distâncias, pela caminhada ou pela bicicleta, ou pelo transporte coletivo, quando necessário; use de modo responsável o abastecimento de água, evitando o desperdício; reutilize e recicle o quanto puder, gerando menos lixo.
Procure divulgar, apoiar e participar de ações que promovam o combate ao desmatamento; compre apenas móveis feitos com madeira certificada; cobre que governo e empresas invistam em alternativas de geração de energia e que sejam utilizadas apenas as fontes de energia limpas e renováveis; pressione o poder público da sua cidade a aderir a programas e projetos de combate à emissão de gases de efeito estufa (dióxido de carbono, metano e óxido nitroso) e exija que o seu prefeito participe do programa “Cidade Amiga da Amazônia”, de iniciativa do Greenpeace, e elimine a compra e o uso em sua cidade, de toda a madeira explorada de forma criminosa e predatória.
Parece muito, mas não é. São coisas simples que irão fazer com que cada um de nós deixe de ser parte do problema e passe a fazer parte da solução. Vamos ajudar nosso planeta a sobreviver e aí comemorarmos o futuro. E que os cervejeiros de plantão possam brindar esse sucesso, com a sua bebida preferida. E na temperatura ideal!
Saúde!

Tavinho Caúmo

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Publicado no jornal “Correio da Paraíba”, em 07 de junho de 2007.

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